MEMÓRIAS HISTÓRICAS E POLÍTICAS
QUANTOS ANOS TEM DE FATO
SÃO FRANCISCO DO MARANHÃO?
VEJAMOS.....
VEJAMOS.....
São
Francisco, 150 anos
Para
Itelvina Alves da Fonseca
Fonseca Neto (*)
Hoje
o município de São Francisco, no Maranhão, completa o Sesquicentenário, isto é,
150 anos, desde que sua sede foi nesse lugar fixada por força e na forma da lei
provincial número 902, de 14 de julho de 1870.
Originalmente
criado pela lei n.º 386, de 30 de julho de 1865, com sede na Passagem da Manga
e desmembrado do município da Passagem Franca, São Francisco é um irmão gêmeo
univitelino de Amarante, municipalidade e cidade piauiense, esta, no lado
direito do rio Parnaíba.
As
vilas, depois cidades, de São Francisco e de Amarante, constituem, na origem,
uma unidade geo-humana-cultural, denominada “Passagem Franca de São Francisco”,
desde um tempo recuado na história. Junto com a Passagem da Manga, Passagem das
Queimadas, Passagem de Santo Antonio, além de outras conhecidas, a Passagem de
São Francisco foi ponto notável de conexão entre o Piauí e o Maranhão. Aliás, o
mais afamado ponto de entrada de “nordestinos” na terra maranhense, sobretudo
retirantes de secas e guerras tantas.
O
incremento da navegação a vapor, a partir de 1858-160 é o movimento cuja
consequência imediata leva à criação do município da Manga e a transferência de
sua sede para São Francisco, lado esquerdo do Parnaíba, e também a
transferência da sede do velho município de São Gonçalo do Amarante, hoje
Regeneração, para São Francisco, margem esquerda, uma de frente para a outra.
A
luta política para a criação do município durou pelo menos uma década. Já por
volta de 1860, os proprietários do lugar fizeram doação de “alqueires de terra”
para servir de patrimônio à futura sede municipal autônoma. Foram eles, segundo
registro do IBGE, José Egídio Soares, Francisco Rodrigues Filho e os irmãos
Pedro Afonso e João Afonso da Fonseca.
No
século XIX não havia o órgão chamado de Prefeitura, os municípios eram
governados por suas câmaras municipais e o presidente era o gestor municipal, a
principal autoridade político-administrativa local. E aqui registramos– para
conhecimento da atual geração de munícipes, informação, para eles, acredito que
inédita – o nome do primeiro gestor público de São Francisco, o que
realizou/trouxe a sede do município da Manga para onde está, até hoje:
chamava-se ele Ignacio de Loyola Vieira e Silva, um capitão da Guarda Nacional.
Os primeiros sete vereadores e suplentes: capitão Honorato Borges da Silva,
alferes Vicente Fernandes da silva, Egydio Ferreira da Silva, Raymundo Alves de
Carvalho, Faustino de Castro Moreira, João Alves de Freitas, suplentes: tenente
Cândido Dias Ferreira, Manoel Alves dos Santos, João Baptista de Faria, tenente
Norberto Loyola Vieira e Silva, Francisco Lopes de Souza, capitão Gualdino
Amaro Lima, e capitão Mariano dias de Freitas. Outra composição, em face de
recursos eleitorais: José Alves Barreto, Manoel Thomaz de Moura, Felinto da
silva Ribeiro, Manoel Pereira de Miranda, João Cândido de Souza Rego, e Joaquim
Jorge de Mendonça; suplentes: Benevenuto do Rego Barboza, José dias Ferreira,
Mariano José de Azevedo, Hygino Martins de Resende, Honorato de Souza Queiroz,
Benevenuto Alves dos Santos, e José Lionides de Sant’Anna.
Mas
um dos mais proeminentes chefes políticos de São Francisco/Manga, há 150 anos,
era o tenente coronel José Manoel Pacheco, comandante do Batalhão nº 29 da
Guarda Nacional e que então acumulava com o cargo de Comissário Vacinador no
município. Esse Batalhão era composto de um Estado Maior chefiado pelo capitão Vicente
Soares da Silva, e por seis companhias, todas chefiadas por um capitão: a 1ª
João de Barros Marinho; a 2ª, Mariano Dias Ferreira; 3ª Albino José da Fonseca,
contando com o tenente Simplício Ribeiro da Silva Junior e os alferes Militão
Pacheco Soares, e Lirio Alves de Carvalho; 4ª Álvaro do Rego Castelo
Branco; 5ª Antonio Frederico da Silva, e o alferes Antonio Moreira Frazão; 6ª
Ignácio de Loyola Vieira da Silva, e alferes Vicente Fernandes da Silva.
O
primeiro agente do Correio, já em 1870, foi Altino de Oliveira Borges, que
também foi o primeiro professor público do município (de primeiras letras). O
vigário colado, ainda na Manga, padre Antonio Simões de Moura (freguesia ciada
pela 540 de 20 de julho de 1859). No momento da transferência, o município tem
985 eleitores, qualificados em 1868.
Primeiro
Código de Posturas de São Francisco veio pela lei número 1159, de 6 de setembro
de 1876. E a lei 1412, de 17 de março de 1888 transferiu a sede paroquial da
Manga para São Francisco, com a invocação de Freguesia de NS da Conceição da
Manga e São Francisco de Assis.
Lei
n. 1437, de 31 de março de 1888, fixa os limites da vila. Tornou-se sede
comarca anda na década de 1880, depois extinta. Ao proclamar-se a República, em
1889, seu primeiro intendente foi Alfredo Avelino. Quando completou 54 anos de
sede municipal, a vila de São Francisco ganhou o título honorífico de cidade.
Parabéns
pelos 150 anos!
(Na
pessoa de minha mãe, Itelvina Fonseca, in memoriam, de meus avós, bisavós e
parentela, dedico esta nota para sua/nossa terra natal).
(*) FONSECA NETO, professor, articulista,
advogado. Maranhense por natural e piauiense por querer de legítima lei.
Formação acadêmica em História, Direito e Ciências Sociais. Doutorado em
Políticas Públicas. Da Academia Piauiense de Letras, na Cadeira 1. Das
Academias de Passagem Franca e Pastos Bons. Do Instituto Histórico e Geográfico
do Piauí.
Fonte: https://piauihoje.com/blogs/proa-amp-prosa/sao-francisco-150-anos-349734.html
acesso em 14/07/2020.
Compilação e formatação: Weligton da Silva PACHECO.
Compilação e formatação: Weligton da Silva PACHECO.
Comentários
Postar um comentário